Como montar uma carteira para viver de renda no futuro. Parte 1

Como Montar uma Carteira de Investimentos para Gerar Renda

A construção de uma carteira de investimentos é um processo altamente individualizado. Muitos fatores influenciam o desenho ideal de uma carteira, como o apetite ao risco, a idade, os objetivos financeiros, e até o perfil psicológico do investidor. Ter uma carteira adequada pode fazer toda a diferença quando o assunto é alcançar a tão sonhada independência financeira.

Neste artigo, vamos discutir os principais passos para montar uma carteira focada em gerar renda, especialmente para quem deseja alcançar a liberdade financeira aos 55 anos. No entanto, lembre-se de que o planejamento financeiro é um processo contínuo e deve ser ajustado ao longo do tempo de acordo com as mudanças de mercado e os próprios objetivos de vida.

1 – Definindo Seu Objetivo

A primeira pergunta que todo investidor deve se fazer é: qual é o meu objetivo com essa carteira de investimentos? A resposta para essa pergunta pode variar enormemente de pessoa para pessoa. Para alguns, o objetivo pode ser gerar uma renda extra que ajude a pagar pequenas despesas, como contas de energia. Para outros, o sonho é ter uma renda capaz de cobrir 100% dos custos mensais, proporcionando total liberdade financeira.

Não importa o tamanho do objetivo, o importante é que ele seja claro e mensurável. Definir um objetivo é a base de todas as decisões de investimento que serão tomadas posteriormente. Alguns exemplos de objetivos podem incluir:

  • Pagar 30% das despesas mensais com a renda gerada pela carteira de investimentos;
  • Gerar uma renda extra de R$ 500,00 por mês;
  • Pagar todas as despesas residenciais com os rendimentos da carteira;
  • Construir uma renda que permita reinvestimentos frequentes.

No caso do exemplo que vamos usar ao longo deste artigo, o objetivo é que o investidor consiga ter liberdade financeira aos 55 anos, com uma renda que ofereça flexibilidade para tomar decisões importantes, como reduzir a carga de trabalho ou até mesmo aposentar-se completamente.

2 – Qual é Seu Apetite de Risco?

O segundo passo é entender qual é o seu apetite ao risco. Esse é um ponto que muitas vezes é subestimado, mas é essencial para a criação de uma carteira de investimentos bem-sucedida. Você está preparado para ver sua carteira flutuar fortemente ao longo do tempo? Está confortável com a ideia de investir em ativos mais voláteis, como ações de empresas de pequeno porte (small caps)?

Se a resposta for não, você talvez prefira montar uma carteira mais conservadora, com foco em ativos de menor risco, como renda fixa. Por outro lado, se você tiver um perfil mais agressivo, pode estar disposto a assumir mais riscos, buscando retornos maiores a longo prazo.

Para a carteira que estamos exemplificando, aceitamos que até 70% dos ativos tenham flutuações consideráveis. No entanto, quando o investidor se aproximar dos 55 anos — o objetivo final —, reduzimos essa exposição ao risco para garantir que ele não seja pego por uma grande queda no mercado em um momento decisivo.

Lembre-se: o risco deve sempre ser compatível com sua tolerância emocional e com seu objetivo. Não adianta ter uma carteira cheia de ativos arriscados se você não conseguir dormir tranquilo à noite com as variações do mercado.

3 – Definindo a Alocação de Ativos

Agora que o objetivo e o perfil de risco estão definidos, é hora de decidir como alocar os recursos. Para isso, vamos partir do princípio de que você já possui uma reserva de emergência adequada, o que é fundamental antes de começar a investir com foco em renda.

A ideia é diversificar a carteira entre diferentes classes de ativos, equilibrando risco e retorno. Aqui está uma sugestão de como fazer essa alocação:

A – Renda Fixa (20%)

A renda fixa é um pilar importante para qualquer carteira de investimentos voltada à geração de renda. Aqui, incluímos ativos como CRI, CRA, CDBs, fundos DI, Tesouro Direto e debêntures. Embora esses nomes possam parecer complexos, eles representam diferentes tipos de títulos de dívida emitidos por empresas ou pelo governo, e em um momento futuro detalharemos cada um desses instrumentos.

Para essa carteira, estamos destinando 20% aos ativos de renda fixa. A lógica aqui é que, muitas vezes, os produtos de renda fixa oferecem melhores retornos quando o dinheiro fica “preso” por um período maior. Além disso, uma estratégia interessante é optar por produtos que pagam juros de forma semestral ou trimestral, o que permite uma entrada constante de recursos.

Por exemplo, suponha que você compre uma combinação de títulos e debêntures que pagam rendimentos trimestrais. Isso poderia gerar cerca de R$ 300 a cada três meses. No final do ano, você teria acumulado R$ 1.200, ou cerca de R$ 100 por mês. Essa abordagem ajuda a garantir múltiplas fontes de renda, aumentando sua segurança financeira.

Outro ponto importante é diversificar até mesmo dentro da renda fixa. Ao adquirir diferentes tipos de títulos ao longo do tempo, você evita concentrar risco em um único emissor ou em um único tipo de ativo.

B – Ações Brasil (15%)

Uma parte importante da carteira é dedicada a ações de empresas brasileiras que pagam dividendos consistentemente. Neste exemplo, destinamos 15% do portfólio para ações, focando em empresas que tenham um histórico de pagar dividendos acima de 6% nos últimos três anos. Empresas dos setores de bancos, energia e seguros geralmente oferecem esse tipo de retorno, mas é importante lembrar que essas escolhas também envolvem riscos.

Alguns exemplos de ações que pagam bons dividendos incluem BBAS3 (Banco do Brasil), que atualmente está com um dividend yield acima de 9%, EGIE3 (Engie Brasil) com 6,15% e TAEE11 (Taesa), que paga quase 10%. Todas essas são empresas consolidadas e recomendadas por casas de análise.

Se você se sentir desconfortável com o investimento em ações, pode optar por aumentar sua exposição em outras classes de ativos, como renda fixa ou fundos imobiliários. A escolha depende do seu nível de confiança e conhecimento do mercado de ações.

Importante: essa não é uma recomendação de compra. As informações mencionadas aqui têm caráter exclusivamente educacional.

Conclusão

Construir uma carteira de investimentos é um processo individual e requer planejamento cuidadoso. Os passos descritos aqui são um guia inicial para quem deseja montar uma carteira com foco em renda e alcançar a independência financeira.

 

3 comentários em “Como montar uma carteira para viver de renda no futuro. Parte 1”

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